Helvética - comentário do filme
Comentário sobre o filme Helvética
A tipografia das fontes é criada de forma minuciosa e carregada de estudos diante da responsabilidade na produção de algo que passa despercebido para grande parte dos indivíduos na sociedade, mas influencia todos diretamente. A forma de uma letra é capaz de expressar uma atmosfera, sentimentos que transmitem uma mensagem e identidade dela. Isso se dá por pequenos detalhes relacionados à proporção, altura, espessura da fonte, distância entre as letras, características que insinuam uma intonação específica, guiam a leitura e a sensação que ela carrega.
Tudo o que vemos ao nosso redor é por nós interpretado de acordo com nossas experiências e conhecimentos pessoais. Da mesma forma interpretamos, inconscientemente, o formato em que são escritas as palavras, tornando possível que uma mesma frase escrita com fontes diferentes obtenha sentidos diferentes. Um capslock já remete a um grito, letras finas e delicadas transmitem algo calmo e sofisticado, enquanto letras rebuscadas e rústicas lembram uma expressão grosseira. São sensos que se aplicam a sociedade como um todo, fazendo com que, mesmo quem não conhece a fonte que se está lendo, é afetado por ela. Uma sequência de letras formam palavras e estas, frases, que são lidas com um ritmo único e característico da fonte que as identifica. É por essa forma de personalidade clara que se faz um alfabeto único e semelhante que garante uma leitura homogênea e coesa. Forma-se, assim, uma voz tipográfica, transmitindo o impacto e sentido que carrega.
A fonte Helvética é uma que foi criada como um "aperfeiçoamento" de outra fonte anterior e se popularizou por todo o mundo. Seu design expressa uma clareza importante para toda e qualquer fonte, mas carrega um caráter de eficiência e neutralidade que torna possível considerá-la atemporal. Helvética, como a forma suíça de escrever, expressa equilíbrio, algo transparente, limpo e acessível, com uma suavidade que não se destaca, mas também não se esconde, sendo assim utilizada para as mais diversas intenções de forma eficiente, fazendo com que sua presença passe despercebida, mas a ausência dela é sentida.
A Helvética passou a estar em tudo, gerando conformidade e chegando a ser, por muitos, considerada tediante. Diante disso, o modernismo tenta combater a fonte exaurida por seu uso incessante e recorrente e voltar à outras fontes também simples e de estética agradável, mas com certo poder. Atualmente, inclusive, as mensagens das fontes são muito exploradas, não só no quesito publicidade, marketing de produtos, como nas redes sociais, em que cada indivíduo cria um perfil personalizado que transmita sua identidade explorando das imagens, fontes e a comunicação visual por elas possibilitada.
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